Transcrição integral da reportagem veiculada na TV Brasil (vídeo abaixo):
Uma regra básica: Não transforme em lixo o que pode ser reciclado! É a coleta seletiva do lixo, uma maneira que nós temos de ajudar a diminuir os problemas dos grandes centros urbanos. Hoje no Rio de Janeiro 113 bairros são atendidos pela coleta seletiva da COMLURB e cerca de 2500 toneladas de lixo são recolhidas pela companhia. O material é distribuído para 18 núcleos de cooperativas de catadores, alguns deles ex-trabalhadores que viviam do que recolhiam em Lixões e há jovens empreendedores entrando nesse mercado.
O lixo reciclável descartado nas residências é recolhido pela coleta seletiva e levado para as cooperativas com cadastro na prefeitura. Ana Carla trabalhou durante 16 anos no lixão de Gramacho em Duque de Caxias na Baixada Fluminense. Hoje ela é a responsável pela triagem na COOPAMA (Cooperativa Popular Amigos do Meio Ambiente) no bairro de Maria da Graça Zona Norte do Rio. As condições de trabalho agora são diferentes.
– Era a céu aberto, vinha todo tipo de lixo. Dentro da cooperativa só vem material reciclável, lixo seco, não é molhado. Lá, então, nós recebíamos todo tipo de resíduo. – disse a cooperada Ana Carla.
Para o fundador da cooperativa é preciso uma campanha para conscientizar o cidadão e empresas sobre como descartar corretamente o lixo.
– Se todo mundo separasse o reciclável do orgânico ou o seco do úmido, para que pudesse chegar de uma forma melhor, valorizasse e a gente conseguisse pagar melhor o trabalhador e até mesmo trazer mais pessoas para trabalhar. – declarou Luiz Fernandes diretor-presidente da COOPAMA.
A COMLURB faz o recolhimento porta-a-porta em dias alternados ao menos uma vez por semana.
– Contanto que o material esteja limpo, ou seja, não vá atrair mosca, nem formiga, nem barata dentro da sua casa você pode ficar tranquilo em colocar todo o material junto e às vezes nem precisa passar água. Depois disso para a COMLURB você coloca num saco transparente, para o gari ver que esse material é o reciclável e não o lixo comum, e disponibilizar no dia e horário correto. – ensina Érica Sepúlveda, consultora e educadora ambiental da Recicloteca.
Cada pessoa produz em média 1 kg de lixo por dia, mais da metade desse volume é composto por material orgânico que poderia ser reaproveitado mas o Ministério do Meio Ambiente aponta que menos de 1% da fração orgânica coletada vai para a compostagem.
O problema se agrava quando o material orgânico produz o chorume tóxico, um líquido amarelado que em contato com o solo pode poluir também o ar e consequentemente os lençóis de água.
Para Lucas a questão se tornou uma oportunidade. Mesmo antes de concluir o curso de Engenharia Ambiental ele montou uma empresa de compostagem dentro do Parque do Martelo no Humaitá na Zona Sul do Rio. Há dois meses a empresa coleta de bicicleta o lixo orgânico de 15 famílias e o transforma em cerca de 200 kg de adubo.
– A gente colocava o nosso resíduo em um baldinho e levava para a faculdade, para a compostagem. Seria incrível se a gente possibilitasse que outras pessoas tivessem essa experiência, de transformar o resíduo orgânico dela em adubo. – explicou o engenheiro ambiental Lucas Chiabi, idealizador da Ciclo Orgânico.
A ideia de Lucas ganhou o prêmio Shell Iniciativa Jovem de 2015 e agora ele faz planos para ampliar. A meta é recolher 3 toneladas de lixo orgânico por mês para produzir cerca de 1 tonelada de adubo.
– Que isso seja o primeiro passo para mudarmos várias outras coisas. Da forma como a gente se alimenta, a forma como a gente consome energia, consome água e por aí vai.
Fonte: TV Brasil – EBC