Não é difícil entender a diferença entre uma Central de Tratamento de Resíduos (CTR) e um Lixão. O primeiro é uma moderna obra de engenharia que se propõe, através da tecnologia, tratar o chorume, o gás metano e aterrar os resíduos sólidos. Nele, não há trabalho de catação nem de adultos, muito menos de crianças. Já o lixão é simplesmente um local onde o lixo é descartado a céu aberto, sem nenhum tipo de tratamento. Onde pessoas (dentre elas crianças), porcos, urubus e ratos buscam formas de sobreviver.
Imagens falam mais que palavras. Então, trouxemos duas:
Para onde você gostaria que fosse o seu resíduo?
Em um texto intitulado Mitos Ambientais, Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente do governo Lula e atual secretário do Ambiente do Estado do Rio, coloca que “mesmo os que nunca lutaram contra lixões atacam os aterros modernos, que não vazam chorume, captam o metano, gás de efeito estufa que é convertido em energia e gera créditos de carbono”. Essa nos parece uma atitude muito estranha. Afinal, uma central de tratamento de resíduos, que comporta um aterro sanitário, é a parte final de uma gestão integrada que inclui mais do que simplesmente aterrar os resíduos. Neste processo, a coleta seletiva e o tratamento dos resíduos são imprescindíveis.
Mas, vale ressaltar. É possível sim ficar contra um empreendimento que está em desacordo com as leis ambientais, mesmo que este empreendimento seja um aterro sanitário, uma usina hidrelétrica ou eólica, uma fábrica de reciclagem. Afinal, o tal meio ambiente que precisa ser preservado é justamente o mesmo ambiente que nos proporciona viver como vivemos.
Este texto está protegido por uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional
