Com o objetivo de apoiar o atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), bem como colaborar com a discussão do papel da embalagem na economia circular, foi lançado ontem(12/04), na sede da Cetesb, em São Paulo, a cartilha “Embalagem e Sustentabilidade: Desafios e orientações no contexto da Economia Circular”. É o primeiro projeto decorrente da assinatura, em setembro de 2015, do Termo de Cooperação Técnico-Científica entre Cetesb e a Associação Brasileira de Embalagem (Abre), que tem como missão a identificação e divulgação de boas práticas ambientais para projetos de embalagens de bens não duráveis e duráveis. O evento foi aberto pelo vice-presidente da Cetesb, Nelson Bugalho, e pela presidente da Abre, Gisela Schulzinger. A secretária de Estado do Meio Ambiente Patrícia Iglecias prestigiou o encontro e fez o seu encerramento.
O conteúdo do documento foi elaborado por técnicos de ambas as entidades e por empresas da cadeia produtiva de embalagens, membros do Comitê de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Abre, e redigido pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), vinculado à Agência Paulista dos Agronegócios (Apta), e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Traz uma análise aprofundada sobre o papel da embalagem no contexto da sustentabilidade, contribuindo para fomentar a transição dos modelos de negócios, de utilização de recursos naturais e geração de resíduos do linear para o circular.
Para a secretária Patrícia Iglecias, “o Estado de São Paulo confirma o papel de protagonista neste tema”, ressaltando a importância do lançamento da cartilha, inédita no país. “O resultado desse primeiro trabalho confirma nossa convicção de que estamos no caminho certo”, enfatizou. A secretária ainda lembrou que, afinal, a legislação tem que ser cumprida, mas que ela traz em seu bojo uma série de benefícios para o meio ambiente e a sociedade como um todo, por conter o conceito da sustentabilidade.
O vice-presidente da Cetesb, Nelson Bugalho, também elogiou a iniciativa, chamando a atenção para o fato de que as embalagens compõem a maior parte das frações secas dos resíduos sólidos e, daí, a grande preocupação com o seu destino final. Por isso, concluiu, “existe nesta área enorme oportunidade para termos ganhos para o meio ambiente”, explicando que as embalagens podem ser revalorizadas, após seu uso, além do que seu reaproveitamento, de diversas, formas reduz a pressão sobre a extração dos recursos naturais.
A presidente da Abre, por sua vez, destacou que “os novos tempos que estamos vivendo exigem novas soluções, além de novas perspectivas”, conectadas com a proteção ao meio ambiente, e que a cartilha se insere nesse contexto, em termos de inovação e propondo solução. “A questão de sustentabilidade é absolutamente fundamental nos dias de hoje e o setor de embalagens não poderia ficar de fora desse tema, que é relevante e envolve toda a sociedade”, declarou.
A publicação, que no evento teve sua apresentação por Flávio de Miranda Ribeiro, assistente executivo da Vice-Presidência da Cetesb e um dos autores da cartilha, fortalece a implementação da PNRS, prioriza os conceitos de não geração de resíduos, reúso e revalorização, alinha a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade, migrando para um modelo de valorização e uso de recursos, buscando a redução de perdas e desperdícios, e reconhecendo o resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social.
É possível acessar a versão digital do documento clicando aqui.
Economia circular
Dentre os novos termos técnicos da sustentabilidade, tem sido cada vez mais discutido o conceito de economia circular. Trata-se de uma proposta de revisão do modelo econômico tradicional, chamado de “linear”, que se baseia na extração dos recursos, sua conversão em produtos e posterior descarte dos resíduos. Na economia circular, busca-se “fechar o ciclo”, com os resíduos retornando aos ciclos produtivos assim como ocorre nos sistemas biológicos.
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