A Ecomarapendi é a ONG (organização não-governamental) responsável pela Recicloteca. Além do centro de informações de meio ambiente e reciclagem, oferece diagnóstico participativo, estudos de impacto ambiental e de vizinhança, treinamento e capacitação. Entre em contato pelo email contato@ecomarapendi.org.br
Fechar janela

China adota metas agressivas para carbono, água e resíduos sólidos

Por Sérgio Abranches – ecopolitica

O novo plano quinquenal chinês, que é bem mais agressivo ambientalmente que os anteriores, começa a sair do papel. O governo começa a impor metas agressivas para a indústria e o consumo de energia.

O governo determinou, como resultado das metas contidas no plano quinquenal para o período 2011-2015, em linha com os planos decenal e quinzenal, que as indústrias reduzam em 18% as emissões de carbono e em 17% o consumo de energia por unidade de produto até 2015. Uma meta que representa redução da ordem de mais de 4%, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

A meta de redução de uso industrial de água nos próximos 5 anos é de 30%. O governo determinou também que a indústria atinja 72% de reciclagem de resíduos sólidos, até 2015.

O plano prevê, para o conjunto da economia, corte de 17% das emissões de carbono por unidade de produto e 16% de redução no consumo de energia até 2015. É parte do programa de redução da intensidade de carbono entre 40% e 45% por unidade do PIB, até 2020.

Han Xiaoping, porta-voz da Rede Chinesa de Energia explica que haverá limites para o uso de carvão, e que o controle rigoroso do consumo de carvão criará um mercado muito promissor para as energias renováveis.

A China está adotando políticas ambientais mais agressivas porque está batendo nos limites da exaustão das condições de crescimento econômico e preservação do bem-estar da população com os atuais níveis de poluição. O ar envenena e mata perto de 2,5 milhões de chineses todo ano. A água potável está acabando em várias partes do país. A maioria dos rios, lagos e lagoas está poluída e inservível. A terra está contaminada por químicos e metais tóxicos. A chuva ácida subtrai grandes quantidades de terra à agricultura todos os anos e a erosão destrói outra parte. Há um processo de desertificação natural – expansão natural dos desertos existentes – que representa um risco inevitável; mas há um processo de desertificação causado pela ação humana, que o governo se esforça por conter também. As tempestades de areia já enterraram irremediavelmente milhares de aldeias chinesas.

O problema é que o grau de degradação e a escala de consumo de combustíveis fósseis, ineficiência industrial e uso de fertilizantes e defensivos agrícolas é tal, que mesmo as metas mais ambiciosas fazem pouco efeito no curto prazo. O máximo que a China consegue é inverter o sinal da curva de crescimento das emissões e da poluição no médio e longo prazo. É como na população, mesmo com taxa de crescimento menor que 1%, a população ainda crescerá muito até 2050.

No caso dos combustíveis não-fósseis, as metas agressivas de limites ao carvão e incentivo às energias renováveis, fará apenas com que, em 2015, o carvão passe de 70% para 62%. As energias não fósseis representarão perto de 15% do total se as metas forem alcançadas. O resto é petróleo e gás.

Houve grande progresso, entre 2006 e 2010, no programa de melhoria do acesso à água. O percentual da população com acesso ao programa saltou de perto de 35% para 60%. Mas, no último biênio não houve avanço.

É indiscutível, todavia, que, pressionado pela degradação estrutural da economia, pela piora do bem-estar e aumento da tensão social, o governo chinês vem fazendo esforço intenso e inédito para reduzir o impacto ambiental do crescimento. Isso coloca a China muito à frente de seus companheiros de BASIC, Índia, Brasil e África do Sul e, também, do EUA.

Se você quiser seguir a Recicloteca no Twitter, clique aqui.

Gostou dos textos? Detestou? Queremos saber!
Deixe aqui seus comentários, criticas e sugestões!
Estamos fazendo o blog para vocês e
ele é uma construção conjunta.
Ajude-nos a melhorá-lo!

Este texto está protegido por uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional
Link para atribuição de créditos: http://www.recicloteca.org.br?p=3919

Gostou desse post?

A Ecomarapendi é a ONG (organização não-governamental) responsável pela Recicloteca. Além do centro de informações sobre meio ambiente e reciclagem, oferece diagnóstico participativo, estudos de impacto ambiental e de vizinhança, treinamento e capacitação.

Assuntos relacionados

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário