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As sacolas ainda estão dando o que falar e o que fazer

A lei das sacolas plásticas (Lei n° 5.502/09), no Estado do Rio de Janeiro, ainda é motivo de muitas discussões, reflexões e controvérsias.

Fato é, a lei provoca mudanças no padrão de comportamento das pessoas. E isso nem sempre é bem visto. As resistências aparecem e os questionamentos sobre a sua implementação e validade também.

A questão parece ser sempre a mesma e em coro: onde vou colocar o meu lixo?

Talvez fosse muito mais importante refletirmos sobre outra questão: o que estamos fazendo com o ambiente em que vivemos? Ou: qual será a resposta do planeta ao impacto ambiental provocado pela espécie humana?

A lei da sacola é a ponta do iceberg. A sacola é a ponta do iceberg. Ela dá concretude a discussão ambiental. Algo que é normalmente colocado como abstrato e longínquo – como as mudanças climáticas globais ou a conservação da biodiversidade planetária – é inserido na nossa prática diária de compras.

O ambiente deixa de estar longe e passa a estar aqui e agora!

Então, neste contexto, a sacola plástica descartável aparece como um item essencial na vida de muitas pessoas. O estranho é imaginar que há quarenta anos apenas, elas não eram necessárias. Nem sequer eram muito disseminadas. Os sacos de papel, as sacolas de feira e os carrinhos de compras dominavam a cena.

Sim, sim, temos o problema do lixo. Não, não nos esquecemos disso. Como armazená-lo?

A lei é clara. Ela não pretende banir as sacolas plásticas. Mas racionalizar o seu uso. É o mesmo que a campanha do Governo Federal – Saco é um Saco – pretende fazer: Diminuir o desperdício de sacolas plásticas através do comportamento do consumidor. Então, o lixo poderá ser armazenado em sacola plástica.

No entanto, se realmente quisermos pensar o problema do lixo de uma forma mais séria e responsável, teríamos que retirar a sacola plástica da centralidade deste discurso, e responder a questão – “o que vou fazer com meu lixo?” – de uma perspectiva mais ampla.

Diminuir ao máximo a quantidade de resíduos seria um primeiro passo. O que, por si só, já reduziria a quantidade de sacolas plásticas necessárias para o seu armazenamento. Para isto precisamos rever a forma como compramos, utilizamos e conservamos produtos de forma geral e, mais especificamente, os alimentos perecíveis.

Para a matéria orgânica, o Aproveitamento Integral dos Alimentos e o acondicionamento correto dos mesmos preveniriam perdas substanciais. E o que não puder ser utilizado, a compostagem é um boa saída.

As embalagens descartáveis teriam que ser pensadas em todo o seu ciclo de vida. Podem ser facilmente reaproveitadas como potes de sorvetes e copos de requeijão? Ou serão automaticamente descartadas após o consumo do seu conteúdo? Priorizar as que possibilitam um ciclo de vida mais longo seria a melhor opção.

Depois disso, a coleta seletiva aparece como solução para as embalagens excedentes passíveis de serem recicladas. Mas nem todas as embalagens são recicláveis. Mais que isso, o fato de uma embalagem ser reciclável ou não depende da localização das fábricas que recebem este material. Vale a pena conferir com uma cooperativa de catadores quais são as embalagens que eles recolhem e priorizá-las em suas compras.

Certamente, se fizermos algumas destas ações, perceberemos que a sacola plástica deixará de ser um item insubstituível em nossas vidas!

Para complementar a discussão sobre as leis de sacola plástica, disponibilizamos aqui dois textos publicados em outros sites.

O primeiro é do jornalista Milton Jung, da Rádio CBN – Câmara vai restringir uso de sacola plástica, em São Paulo. O segundo texto é do site O Eco, por Adriana Sanção – A ingênua lei contra as sacolas plásticas.

Saiba mais sobre:
3Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar
Aproveitamento Integral de Alimentos
Campanha Saco é um Saco
Coleta Seletiva
Compostagem

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