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Não há coleta seletiva sem educação ambiental

Coalizão das Empresas de Embalagem prepara lançamento de Pacto Setorial pela Logística Reversa de embalagens.

Para cumprir as metas estabelecidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) de 2010, as grandes empresas geradoras de embalagens reunidas em acordo setorial firmaram uma coalizão. Através desta, e coordenadas pelo CEMPRE (Compromisso Empresarial Para Reciclagem), as participantes estabeleceram a meta de coletar 20% das embalagens que são geradas no país, por meio do investimento em cooperativas de catadores e Pontos de Entrega Voluntária. Tomara!

Entretanto, não há metas para Educação Ambiental, o que deixa dúvidas quanto à eficácia do Pacto. Porque sem informação, os materiais serão separados pelo mesmo milagre que fará os recicláveis chegarem aos PEVs! São muitas e frequentes as dúvidas sobre quais materiais vão para a coleta seletiva: embalagem de biscoito, longa vida, de comprimidos, pilha, isopor e por aí vai. Sem educação ambiental, nem Padre Cícero, Frei Galvão, Padre Anchieta juntos conseguem esse milagre.

Segundo uma publicação no Portal Brasil, o pacto foi assinado em 2011 no âmbito do Plano de Produção e Consumo Sustentáveis do MMA e desde então vem sendo discutido pelo setor. O segundo Relatório de Cumprimento das Metas Previstas no Pacto Setorial firmado entre a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) e o MMA, afirma que o número de produtos que passaram a conter em suas embalagens a simbologia técnica do descarte seletivo subiu em 12 % em um ano, sendo hoje um total de 2.167 produtos. Um número muito baixo.

Ainda segundo o Portal Brasil  objetivo principal do pacto é orientar os consumidores sobre a importância da destinação adequada para embalagens usadas, pautada na inclusão do símbolo do descarte seletivo nas embalagens de mil produtos ao ano e da inclusão do símbolo de identificação de materiais em 300 embalagens/ano.

Infelizmente não é possível acreditar que apenas a (lenta) inclusão do símbolo da reciclagem nas embalagens será suficiente para orientar, sensibilizar e informar os cidadãos sobre a coleta seletiva. Tal pacto ainda tem muito a avançar na adequação de seus objetivos e metas para de fato contribuir para o aumento da coleta seletiva. Só então o setor poderá lograr o atendimento à PNRS por estar implantando a tão importante e esperada logística reversa de embalagens.

Investir em educação é sempre o caminho mais rápido, prático e seguro para atingir objetivos que envolvem a participação popular. Sem educação ambiental não há coleta seletiva.

Leia mais:

Acordo Setorial para a Logística Reversa das embalagens pós-consumo

As leis do lixo

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