Apesar de a reciclagem desempenhar papel fundamental quando pensamos em um plano integrado de gestão de resíduos, sabemos que o Poder Público passou a demonstrar efetiva preocupação com o tema há pouco tempo. Exemplo claro é o programa de coleta desenvolvido pela Prefeitura do Rio de Janeiro: a iniciativa foi lançada em 1993 e hoje, quase 20 anos depois, são atendidos apenas alguns bairros, incluindo todos os da zona sul do município e poucos outros.
Então como fazem os moradores de locais não inseridos na rota de coleta do programa municipal para encaminhar seus resíduos à reciclagem? Muitos prédios e condomínios da cidade fazem a coleta seletiva tendo seus recicláveis recolhidos por cooperativas de catadores. Esses grupos têm, via de regra, muito interesse em coletar os materiais separados em residências, porém a coleta de pequenas quantidades de resíduos não é viável, em função, principalmente, dos custos de frete. Poucas cooperativas dispõem de meio de transporte próprio, tendo a maioria que alugar caminhões a preços que aumentam à medida que cresce a distância até o local a ser atendido.
Uma solução possível é nos organizarmos cada vez mais, em nossos prédios, condomínios e vilas, para estabelecer programas de separação de materiais comunitários. Quando os vários moradores (e geradores de resíduos) de um prédio se unem para realizar a coleta seletiva o resultado será, provavelmente, uma quantidade significativa de recicláveis separados. Uma quantidade de materiais que se converta, quando vendida para a indústria recicladora, em um valor superior aos custos referentes ao seu frete, já é capaz de despertar nas cooperativas o interesse pela coleta.
Pense em começar um movimento pela coleta seletiva na comunidade em que vive!As ferramentas estão dadas. Basta se informar, para melhor incentivar seus vizinhos e entrar em contato com cooperativas de catadores de materiais recicláveis. As cooperativas participantes do Programa Reciclagem Solidária, desenvolvido pela Ecomarapendi desde 2002, estão localizadas por várias partes do estado do Rio de Janeiro. Além disso, no site da Recicloteca é possível acessar uma listagem mais abrangente de grupos dispostos por todo o Brasil.
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