A Ecomarapendi é a ONG (organização não-governamental) responsável pela Recicloteca. Além do centro de informações de meio ambiente e reciclagem, oferece diagnóstico participativo, estudos de impacto ambiental e de vizinhança, treinamento e capacitação. Entre em contato pelo email contato@ecomarapendi.org.br
Fechar janela

Rei da Sacolinha Plástica

O título acima não se refere a algum multimilionário empresário do setor de sacolas plásticas. Na verdade é uma alusão irônica à Lei da Sacolinha Plástica de SP (nº 15.374/2011) que entrou em vigor domingo retrasado com o início da fiscalização e punição com multa de estabelecimentos comerciais que não adotem o novo padrão de cores e consumidores que não descartarem lixo e recicláveis respeitando a destinação de cada cor de sacola.

Na verdade o rei da sacolinha é a ignorância sobre o assunto que se dissemina pela mídia e comentários em redes sociais. Para acabar com esse problema segue rápida análise do que há de bom e ruim na lei que está começando a ser aplicada em São Paulo.

Prós

  • Coloca a coleta seletiva em evidência na mídia e no cotidiano das pessoas;
  • As novas sacolas são mais resistentes o que diminui a necessidade de usar 2 sacolas, uma dentro da outra para suportar o peso das compras;
  • Definição impressa nas sacolas é de ‘material reciclável’ ou ‘não reciclável’. Evitou-se o termo equivocado ‘lixo reciclável’;
  • De certa forma é mais um estímulo à adoção das sacolas retornáveis.

Contras

  • Obrigatoriedade de adoção de um tipo de sacola é medida impopular e facilmente questionável;
  • Coleta seletiva não atende todos os bairros deixando uma ponta solta no texto da lei, reduzindo a credibilidade do sistema;
  • Multar antes de educar ou sensibilizar é uma prática com raríssimos casos de sucesso;
  • Ignora o dano ambiental que as sacolas coloridas causa ao meio ambiente e o baixo valor desse tipo de plástico colorido no mercado de recicláveis.

A associação de fabricantes de plástico ressalta uma virtude da sacolinha: o alto índice de reaproveitamento praticado pelos consumidores. Justamente por esse motivo seriam eles os maiores interessados em garantir um padrão mínimo de qualidade e resistência das sacolinhas para que também a reutilização possa ser feita com maior sucesso.

Proibir o fornecimento também não seria eficiente visto que a cultura de sua distribuição e uso é muito forte e prejudicaria um setor da economia com uma interrupção abrupta da necessidade de milhões de sacolas. No Rio de Janeiro uma lei determina desconto de 3 centavos para 6 produtos comprados caso o cliente opte por não levar sacolas. Carece de fiscalização já que alguns mercados sumariamente pararam de dar o desconto ou só o fazem se o cliente pedir.

A melhor solução é confiar no bom senso e capacidade de raciocínio das pessoas informando e sensibilizando para que pouco a pouco adotem formas ambientalmente corretas para transportar suas compras, com benefícios óbvios para toda a sociedade que não merece que leis demagogas e/ou hipócritas conduzam seus atos de maneira ultra questionável ainda que o objetivo seja nobre, porém inalcançável dessa maneira.

Saiba mais:

Sacolas Ecológicas ao alcance de todos, todos mesmo!

Novo capítulo na polêmica das sacolas plásticas

Sacola Biodegradável é reprovada em teste

Quantas sacolas descartáveis você recusa por dia?

Já tentou usar uma sacola retornável?

Este texto está protegido por uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional
Link para atribuição de créditos: http://www.recicloteca.org.br/?p=14747

Gostou desse post?

A Ecomarapendi é a ONG (organização não-governamental) responsável pela Recicloteca. Além do centro de informações sobre meio ambiente e reciclagem, oferece diagnóstico participativo, estudos de impacto ambiental e de vizinhança, treinamento e capacitação.

Assuntos relacionados

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário