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Pitanguinha Minha Vida

Em Maceió, Alagoas, há quase oito anos, funciona um projeto de coleta seletiva e educação ambiental com ênfase em reaproveitamento de sucata. Criado a partir de um convênio existente entre o GTZ (agência de cooperação técnica do governo alemão) e o Instituto de Meio Ambiente do Estado de Alagoas, hoje é coordenado por uma equipe da Associação dos Moradores do Bairro da Pitanguinha – AMPITA.

Quando o Projeto Pitanguinha Minha Vida foi lançado, em 1992, a idéia básica era eleger um bairro que reunisse condições para implantação de um projeto piloto de coleta seletiva, que deveria depois ser estendido a toda cidade e até a outros municípios. Essas condições eram: fácil acesso, maioria de habitantes de classe média, população participante e de preferência com uma associação de moradores organizada. Por estas razões Pitanguinha foi escolhido, e também por ser um bairro de limites bem definidos (3 km², cinco mil habitantes, cerca de 1500 residências) onde estão incluídos estabelecimentos comerciais, serviços comunitários e uma área residencial de perfil popular. Um outro critério importante foi que toda a operação deveria ser feita pela própria comunidade do bairro. Até hoje, as pessoas contratadas para a coleta, separação e comercialização são moradores dessa área.

O convênio inicial financiou visitas técnicas, consultoria, um seminário de planejamento, além dos primeiros equipamentos. O projeto foi dinamizado pela AMPITA, com base em atividades de divulgação e educação ambiental. Foram realizados reuniões; seminários; gincanas; pesquisa com os moradores sobre a coleta seletiva; distribuição de folhetos educativos e boletins informativos; feiras e exposições; entrevistas e atendimento às visitas dos mais diferentes segmentos da sociedade.

Após um ano de implantação, foi criado o Centro de Criatividade, que veio a ser uma alternativa e apoio para a manutenção do projeto, além de um espaço para maior participação da comunidade. O Centro está voltado para o reaproveitamento de sucata, orientando professores, alunos e todas as pessoas interessadas no tema.

CONVÊNIOS

O Projeto Pitanguinha mantém parcerias com diversas entidades municipais, estaduais e federais. Tem convênio com a COBEL (Companhia Beneficiadora de Lixo de Maceió), que é responsável pelo serviço municipal de limpeza urbana e pela coleta semanal dos recicláveis, além da cessão de oito funcionários para trabalhar na mesa de triagem do galpão. Também através de convênio, a TRIKEN fornece apoio técnico-administrativo nas áreas de gerenciamento e contabilidade, além do empréstimo de equipamentos, e custeia o Boletim Informativo Barra Limpa (semestral).

COLETA

Os materiais recicláveis chegam ao galpão de duas formas: através da coleta porta a porta, uma vez por semana, por um caminhão da Cobel, e pela entrega voluntária, feita por funcionários de indústrias, empresas etc. e de mais de cinquenta residências fora do bairro que mandam o seu material para o galpão.
A partir de 1998 o Projeto se direcionou ainda mais para incremento das atividades educacionais. Atualmente, estas englobam a realização de palestras e oficinas no galpão, escolas, centro comunitários e associações de bairros, com intuito de conscientizar e divulgar a importância da reciclagem e reaproveitamento dos resíduos para melhoria da qualidade ambiental. O trabalho foi desenvolvido até mesmo em outros municípios alagoanos. Os próprios membros da AMPITA conduzem todas as atividades de divulgação e educação ambiental, coleta, separação e comercialização do material reciclável do Projeto Pitanguinha Minha Vida.

Hoje o projeto exerce um papel muito mais de educador ambiental do que propriamente de volume de operação de coleta seletiva (o volume arrecadado permanece o mesmo há anos), devido principalmente à ausência da participação do poder público.

Estão ligadas diretamente ao projeto 18 pessoas, sendo três funcionários legalizados do próprio projeto, oito da COBEL e sete idosos que trabalham quatro horas por dia e recebem uma cesta básica especial por mês. Existe ainda uma comissão de gerenciamento, formada por três membros da Triken e dois indicados pela AMPITA, que se reúne a cada dois meses.

As principais dificuldades advêm da falta de compromisso do poder público em assumir ou pelo menos participar como coadjuvante do programa de coleta seletiva. Hoje o projeto enfrenta variações constantes do mercado, dificuldade de comercialização em função da existência de poucas indústrias de reciclagem e a conseqüente vulnerabilidade aos sucateiros.

Para melhor desempenho das atividades operacionais e educativas em andamento, constata-se a necessidade de melhorias como isolamento térmico e acústico do galpão, construção de salas de aula e oficinas para trabalhos práticos, reforma de banheiros, etc.

Mesmo assim, as realizações de 1999 são animadoras em termos de demanda. Foram realizadas 66 palestras e 23 oficinas. O número de alunos participantes foi de 1595 e o de escolas 51. Outros 184 atendimentos destinaram-se a professores e público em geral. Dona Alda Quintela é a coordenadora educacional e força motriz do projeto, seguida pelo incansável José Duca, coordenador operacional.

CONTATO:
Telefones: (82) 326-2360 – Galpão: (82) 326-6629
Fax: Triken, A/C Rose, p/ Alda Quintela – (82) 326-1482

 

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Link para atribuição de créditos: http://www.recicloteca.org.br/?post_type=projeto&p=28

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