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Projeto em PE propõe reflexão sobre lixo, utilizando arte e tecnologia

Peça traz reflexão sobre a relação da sociedade com o lixo (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Peça traz reflexão sobre a relação da sociedade com o lixo. (Foto: Katherine Coutinho / G1)

O crescimento da população das cidades e do consumo vem sendo acompanhado pelo aumento também da produção de lixo, geralmente com descarte inadequado. Para preservar os recursos renováveis do nosso planeta, é preciso repensar o lixo e a relação das pessoas com ele. Esse é o objetivo do projeto Relix, que leva para escolas e empresas de Pernambuco a reflexão sobre o tema, através de uma peça. O projeto também lança um aplicativo que localiza o catador de lixo recliclável mais próximo, e pretende doar bicicletas adaptadas para cooperativas de catadores.

A estreia do espetáculo foi nesta terça-feira (16), no Ginásio Pernambucano, escola de referência na região central do Recife. Até o dia 30 de novembro, serão 150 apresentações, divididas entre indústrias e 65 escolas da Região Metropolitana do Recife, que já estão engajadas no programa de reciclagem. “O Relix vem com a história do repita. A gente compreende que não é somente com o poder público e com a indústria que vai resolver esse problema do lixo. Se a gente não pega toda a cadeia de cidadania, não consegue resolver”, aponta a idealizadora do projeto, Lina Rosa.

Primeira escola a receber peça foi o Ginásio Pernambucano (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Uma pesquisa recente da ONG Footprint Network aponta que, em agosto deste ano, a humanidade esgotou os recursos do planeta previstos para todo o ano de 2014. Se no mundo a situação do consumo é complicada, no Recife não é diferente: é a sétima capital brasileira com maior geração de lixo, com uma média diária de 1,290 quilos por habitante. Por dia, 119 toneladas acima da média nacional.

Além de conscientizar a população, o projeto busca trazer todos para atuarem junto ao poder público no que se refere à gestão de resíduos.“O desafio é muito grande, o estado de Pernambuco precisa de 54 aterros sanitários para dar conta de responder à política nacional de resíduos sólidos. O Relix surge numa perspectiva de trabalhar essa linha de apoio aos catadores, envolvendo a comunidade escolar e os trabalhadores”, aponta o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Cavalcanti.

A peça traz elementos do teatro de objetos e de bonecos, interagindo com os atores para apresentar a temática. Inspirada em super heróis, o espetáculo traz a luta dos cinco ‘R’ contra o temível dragão do lixo. “A gente entende que a arte é um meio de transformação muito bacana e por isso a gente utiliza o teatro físico, formas animadas e objetos, com direção do Oswaldo Gabrielli, que já ganhou diversos prêmios”, conta Lina Rosa.

Diversos elementos do teatro, atrelados à tecnologia, ajudam a contar história (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Após a peça, é distribuída uma cartilha que traz tanto o tema discutido, como orientações para facilitar que estudantes e trabalhadores sejam multiplicadores do conteúdo. Alguns estudantes admitem que a tarefa não é fácil. “As pessoas já têm o costume de jogar o lixo no chão desde pequenas. É difícil mudar, mas o que é certo, a gente tem que fazer”, afirma Cláudia Caroline, aluna do 3º ano do Ginásio Pernambucano.

Em dias de chuva, o lixo jogado no chão é levado para galerias e acaba entupindo, fazendo com que uma psicina se forma diante da escola. “Eu mesma jogo lixo no chão às vezes, sei que não devia”, admite a esttudante Kamilla Albuquerque. “Fica impossível de entrar, mas a culpa é nossa também”, concorda Waleska Alves.

Aplicativo mostra onde estão pontos de coleta mais próximos (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Aplicativo
A peça propõe repensar o processo de produção, recusar o desnecessário, além de utilizar os três ‘R’s: reutilizar, reduzir e reciclar. Porém, podem surgir dúvidas do que fazer com o lixo reciclável separável. Pensando nisso, o projeto traz ainda um aplicativo para facilitar o contato da população com os catadores de reciclados.

Gratuito, o app ‘Projeto Relix’ já está disponível na loja da Apple e do Android. Ele utiliza do GPS do celular para indicar, a paritr de onde a pessoa está, como encontrar a cooperativa mais próxima e acioná-la, através do telefone. “O catador precisa ser valorizado, tem um trabalho incrível. Contabilizando os informais, chegamos a 8 mil em todo o estado. Você pode tanto ligar para o catador ir buscar, como levar até lá”, explica a idealizadora do projeto.

A iniciativa vai ainda doar, ao seu término em 30 de novembro, 100 bicicletas adaptadas para o serviço dos catadores – as ciclolixes. “A gente juntou as associações de catadores e eles opinaram em todo o processo. Eles vão dizer como vai ser essa doação, priorizando aquelas que estão mais organizadas”, detalha Lina Rosa.

Uma exposição itinerante também está prevista para novembro, marcando a conclusão dessa primeira edição do projeto Relix, assim como apresentações em parques públicos da capital pernambucana. “Não é só pensar na embalagem como fim do consumidor, como ela vai impactar ou entrar no meu ciclo produtivo lá na frente. Sobretudo, repensar os modelos de produção. Como podemos desenvolver a visão do lixo zero?”, reitera o secretário de Meio Ambiente.

Protótipo da ciclolix, bicicleta adaptada que vai ser doada aos catadores de lixo, foi apresentada (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Fonte: G1

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