Há pouco a grande imprensa noticiou que audiência sobre o campo de golfe, realizada ontem à tarde na 7ª Vara de Fazenda Pública, terminou sem acordo.
Segundo o jornal O Globo (globo.com) o Ministério Público – que definiu uma faixa de 400 m a ser preservada ao longo da Lagoa de Marapendi, entre outros itens – não aceitou a contraproposta da Prefeitura: liberar apenas 120 m.
Conforme já explicamos, a proposta do MP nada mais foi do que mandar cumprir as leis urbanísticas e de proteção ambiental vigentes antes da aprovação da vergonhosa Lei Complementar nº 125/2013, ao apagar das luzes do ano de 2012: O Pacote sem o Bode.
Por outro lado, notícia publicada pela Folha de São Paulo (folha.uol.com) informa que “a compensação ambiental para a construção do campo de golfe … é considerada ilegal pela própria Prefeitura do Rio…”.Esta “compensação” jamais existiu ou existirá. Os argumentos usados são apenas um embuste (v. PACOTE OLÍMPICO 2 – APA MARAPENDI: O “PARQUE” E AS BENESSES URBANÍSTICAS).
Embora a desejada paralisação das obras não tenha ainda ocorrido, o que é preocupante, parece que luzes estão iluminando os estranhos e obscuros caminhos que levaram a várias decisões justificadas como “Pra Olimpíada”, pavimentados com mentiras e sofismas.
Finalmente vem à tona que “troca” anunciada como benéfica – a “criação” do parque à beira-mar como compensação pelas perdas com o campo de golfe constitui apenas outra manobra imobiliária, no âmbito da mesma desfaçatez usada para justificar, por exemplo, o PEU Vargens, que, entre outros atos questionáveis, transformou áreas turísticas e de lazer em imensos condomínios, também “Pra Olimpíada”, já anunciados como bairros prontos. Retomaremos o assunto Vargens em outra postagem.
No caso da Operação Urbana Consorciada usada como razão para a criar o parque novo que compensaria mutilação do existente/projetado – seria algo como devastar, por exemplo, uma parte da encosta do Corcovado e “compensar” reflorestando uma área invadida na Floresta da Tijuca. Ora, é evidente que o primeiro item não pode acontecer e o segundo deve ser resolvido independente do primeiro!
A proposta da Prefeitura de construir o campo conforme o projeto predador e modificá-lo após os Jogos desrespeita a inteligência alheia e nem merece comentários.
Quanto a uma afirmação de que as mudanças forçariam que as competições fossem realizadas em outra cidade, é a melhor solução. O Rio prescinde deste Campo. Ou que se retome o contato com o Itanhangá Golfe Clube.
Há que aguardar mais ainda.
Fonte: Blog Urbe CaRioca